quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CARTA DO COMANDO ESTADUAL DE GREVE AOS DOCENTE DA UFMS

1) Lugar de onde falamos O Comando Estadual de Greve dos Docentes da UFMS foi constituído a partir de uma reunião no campus de Aquidauana no dia 06/06/2012, portanto dias antes da deflagração da greve pela ADLeste (12/06) e pela ADUFMS (20/06). Após a deflagração da greve, as assembleias locais indicaram os membros que comporiam o Comando, compreendendo inicialmente as faculdades e centros de Campo Grande e os Câmpus de Aquidauana, do Pantanal e de Três Lagoas. Posteriormente O Campus de Coxim também se incorporou ao Comando Estadual. Desde então, o Comando Estadual fez seis reuniões itinerantes nesses campi, abertas à participação da comunidade acadêmica, contando em alguns casos com a participação de representantes do IFMS. O Comando também manteve contato telefônico e por e-mail com professores e os comandos locais dos demais campi da UFMS. Fizemo-nos representar no Comando Nacional de Greve em Brasília, com três professores que se revezaram na dura tarefa de debater o movimento em nível nacional e colocar a UFMS no mapa da greve. Todas essas ações foram amplamente comunicadas por meio de relatórios enviados por e-mail e lidos em assembleias locais. O objetivo deste Comando Estadual, desde o início, foi a construção da greve de forma unificada entre os diversos campi, pois compreendemos que a UFMS é única e que o movimento é nacional, o que exige discussões e tomadas de decisões conjuntas e não isoladas. O objetivo, também, é o de discutir um ponto específico da pauta nacional, as “condições de trabalho”, para cobrar da reitoria da UFMS melhorias aos campi e mudanças estruturais na administração. Neste sentido, fizemos uma reunião com a reitora e estamos agendando outro encontro com a administração central, além de cobrar posições do COEG e do COUN quanto à ameaça de corte de ponto e aos remanejamentos necessários no calendário acadêmico. Portanto, legitimamo-nos, primeiro, na luta contra o marasmo de mais de uma década imposto por direções sindicais que se confundem com a administração universitária, que se encastelaram na Associação dos Docentes da UFMS e governam a associação como uma empresa privada. Legitimamo-nos, em seguida, na luta pela construção da greve na UFMS, contra a vontade desta mesma direção que acompanhou os ditames do PROIFES. Legitimamo-nos, ainda, porque todas essas nossas ações foram construídas na base dos docentes, em embates presenciais em assembleias e reuniões diversas, em passagens nas salas de aula dialogando com docentes, discentes e técnicos. Não tivemos receio de nos expor porque sabíamos, desde o início, que não estávamos sozinhos, pois as reações ao marasmo brotavam em terra fértil. É deste lugar que falamos, caros professores! 2) A quem nos dirigimos Nossa fala é para todos os docentes da UFMS, todavia gostaríamos que repercutisse especialmente entre aqueles professores que, independentemente do motivo, estão propensos a tomar uma decisão importante e crucial para o movimento docente, por meios que acreditamos não condizerem com a democracia sindical, pois desrespeitam os companheiros que estão mobilizados há mais de 40 dias, construindo passeatas, panfletagens, dialogando com a população nas ruas, praças e por meio da imprensa, reunindo-se em assembleias e comandos. Dirigimo-nos, também, aos presentes nas assembleias que serão realizadas nos dias 30 e 31 de julho em Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim e Três Lagoas. Sabemos que os ecos desta fala chegarão aos ouvidos dos que se encastelam nos gabinetes da ADUFMS/PROIFES. Não são nossos interlocutores principais, admitimos, mas podemos considerá-los se assim o quiserem. 3) O porquê desta fala Recebemos, da pior forma possível, a notícia de que o esforço empreendido em prol da construção da greve está sendo vilipendiado. A entidade que representa a maioria dos docentes da UFMS, a ADUFMS, sem qualquer consulta às bases, enviou uma proposta de plebiscito, ou pesquisa aos associados, seguindo orientação do fórum sindical PROIFES, cujo Presidente, Eduardo Rolim, depois de sair da reunião com o governo, já havia declarado, em rede nacional, que o governo havia atendido aos anseios da categoria, indicando que, por isso, aceitaríamos a sua proposta feita. Antes do plebiscito (ou pesquisa, ou consulta) decidido a portas fechadas, houve, em três universidades (e em dois campi da UFMS: Pantanal e Aquidauana), assembleias. Em duas delas (e nos referidos campi da UFMS), houve recusa ao indicativo do PROIFES de aceitar a proposta de carreira do governo e voltar ao trabalho (UFG e UFBA) e apenas a UFSCar aprovou tal indicativo. O site do PROIFES, todavia, só divulgou o resultado da UFSCar. Como o PROIFES deliberou que seria uma ampla consulta, resolveu enviar o e-mail propondo-a também para outras universidades que não compõem sua base, como, por exemplo, a UFRJ. 4) A posição do Comando Estadual Nós, do Comando Estadual, entendemos que nosso principal argumento é a coerência e honestidade com que a greve tem sido conduzida até o momento, respeitando os resultados das assembleias, sendo objetivo, transparente e democrático com todos, independentemente das posições, dos nossos colegas, relativas à greve. Não escamoteamos, não mentimos, não postergamos. Todas nossas ações, divulgadas amplamente, respeitam as decisões de assembleias e ou são previamente colocadas à aprovação das assembleias. Há mais de um mês (40 dias), estamos lutando pela coerência na condução da greve, com prejuízos pessoais e profissionais, abdicando inclusive das férias para que a UFMS fosse devidamente representada. Não por reuniões de gabinete, com café, água e biscoitos, mas sim pela boa e velha militância política e sindical. Fomos, ao longo desse tempo, respeitados em todas as instâncias, pelos nossos colegas professores, os técnicos, os estudantes e os companheiros do Instituto Federal em greve. O histórico mostra a greve como um querer dos professores, e não de nossa entidade sindical. Nós professores, portanto, por meio das nossas decisões, temos resolvido o que queremos quanto à greve ou quanto à não greve nas assembleias. Seguimos uma cartilha da greve, permitindo o debate, o funcionamento mínimo da universidade em áreas sensíveis e, inclusive, respeitando a decisão daqueles que não quiseram fazer ou apoiar a greve. Continuaremos, de forma coerente, repudiando qualquer tentativa de afronta ou golpe ao esforço de construção de um debate coletivo que empreendemos. Nesse sentido, não é a ideia de plebiscito, pesquisa de opinião ou qualquer outra coisa que nos afronta, mas sim o desrespeito com que estamos sendo tratados, por uma decisão antiética, antidemocrática, de gabinete, pela postura com que foi tomada, ignorando nosso esforço coletivo. Pelo exposto acima, solicitamos a todos os docentes que: 1- Participem das assembleias; 2 - Respeitem o resultado das assembleias; 3 – Acompanhe as deliberações das assembleias (para aqueles que por qualquer motivo não possam comparecer) e as análises e recomendações dos comandos de greve (locais e estadual) por e-mail e nos blogs do movimento; 4 – Participe das ações de greve; 5 – Participe da vigília e do tuitaço no dia 01/08, às 21hs, quando o CNG estará, mais uma vez com o governo na mesa de negociação: HASHTAG #falaSerioMercadante A GREVE É FORTE! A LUTA É AGORA! Respeitosamente, Comando Estadual de Greve Unificado (UFMS)

2 comentários:

  1. Caros colegas, sou professor da Unifesp e acompanho de perto este e outros blogs e os sites do Andes e do Proifes. Para nós em SP e para os colegas de outros estados com os quais mantemos contato, está mais do que claro o grande desrespeito e a falta de ética do Proifes no trato com suas bases. A luta de vocês tem dado a mim e aos meus colegas ainda mais motivação para fortalecermos nossa luta por aqui. Em breve vamos ver desmascaradas e desbandas as artimanhas do Governo junto a esse castelo de cúpulas do Proifes. Parabéns a vocês!!! Agora mais do que nunca é preciso força, persistência e muita luta!!!

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  2. Prezado colega da UNIFESP: pena que você não disse seu nome. Sou paulistano e estou aqui a 5 anos, acompanho também amigos meus que estão no câmpus de Guarulhos lutando contra a precarização do ensino. Obrigado pela solidariedade e um abraço fraterno.

    Prof. Lourival dos Santos (História/CPTL)

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