terça-feira, 7 de agosto de 2012

A GREVE CONTINUA!!!!!!!!!!!

Prof. Hajime Takeuchi Nozaki – ADLeste/Campus de Três Lagoas Publicado no Correio do Estado – em 6/8/2012 O impasse da greve das universidades e institutos federais continua. No dia 1º de agosto, ocorreu outra reunião de negociação entre o governo federal e os grevistas. Ao contrário do que esperavam os professores das universidades e institutos federais de todo país, ao final da reunião, o governo federal, em uma atitude inédita, comunicou o movimento grevista que assinaria o acordo com apenas uma das quatro entidades reunidas à mesa. Considerando a presença do ANDES, SINASEFE, CONDSEF e PROIFES, apenas este último comunicou seu aceite à proposta do governo, respaldado em consulta eletrônica feita a 43 universidades e institutos, que envolveu 5.222 votos. O primeiro questionamento é a respeito da representatividade e da legitimidade desta consulta efetuada pelo PROIFES-Federação. O número de votos computados, 5.222, refere-se a menos do que 5% do total de 110.000 professores ativos registrados na página governamental do portal do servidor. Não se trata somente da quantidade dos consultados, mas, sobretudo, do mecanismo de consulta, em sua maior parte de forma eletrônica (por e-mail, via páginas de internet), sem discussão ou possibilidades de debate. O PROIFES considera com maior vigor a sua consulta eletrônica, do que as assembleias realizadas em suas próprias bases que, a exceção de uma, apontam para a continuidade da greve. Como pode, então, o governo federal assinar acordo com uma entidade que não leva em conta a discussão aprofundada dos professores das universidades e institutos e que, em sua essência, possui apenas representações em 7 universidades federais e 1 instituto federal? Como pode aceitar uma consulta que revela total falta de rigor, considerando-se que entre as 43 instituições consultadas, 23 delas participaram com somente 1 a 5 professores respondendo? É perceptível que o critério utilizado pelo governo federal não é o de legitimidade, mas o da aliança política. O PROIFES é uma espécie de dissidência do ANDES e tem funcionado para selar acordos com o governo nas mesas de negociações. Após a primeira proposta feita na mesa de negociações da greve, o PROIFES, sem alguma consulta às suas bases, elogiou a iniciativa do governo e reivindicou 15 pontos que supostamente atenderiam a categoria docente. Depois, argumentaram que os 15 pontos foram contemplados na segunda proposta e, por isso, mesmo antes da consulta eletrônica, há rumores do final da greve espalhados em todo país. Contudo, a proposta do governo não é o que vem sendo colocado a público, os 4,2 bilhões a mais oferecidos são diluídos ao longo dos 3 anos; os 45% de aumento é para um grupo minúsculo de professores e os demais não terão sequer recomposição salarial em 3 anos de projeção inflacionária medidos pelo DIEESE. Ademais, a greve dos professores não é somente para aumento salarial, mas fundamentalmente para a reestruturação da carreira e das condições de trabalho, que já vêm sendo vilipendiadas ao longo do tempo. Por isso que as 61 assembleias da base do ANDES disseram não à proposta. São justamente as assembleias que irão determinar o final da greve e não os organismos não representativos dos docentes federais. Na UFMS, apenas 172 professores responderam à consulta do PROIFES; número inferior à presença nas assembleias dos diversos campi. Iniciamos a greve por intermédio das assembleias e por meio delas discutiremos e aprovaremos o seu término. Como gritaram os manifestantes do lado de fora da reunião, em Brasília: “A greve é forte! A greve continua!”.

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