quinta-feira, 26 de julho de 2012

O PROIFES, a segunda proposta do governo e as "bases"

Caros colegas da UFMS, Fui dormir hipertarde ontem lendo e relendo a proposta do governo e os poucos relatos do Proifes e do Andes que saíram depois da reunião. Acordei hoje e continuei nesse trabalho, além de acompanhar os fóruns e blogs que tratam da greve. A primeira coisa para a qual eu chamo a atenção é: a greve é por "salário" ou por "carreira e condições de trabalho"? Pergunto isso porque as três últimas reuniões com o governo (13, 23 e 24/07) tiveram conotação quase que exclusivamente salarial, digo quase porque houve leve menção em ajustes na carreira. No grosso, a segunda proposta não altera muito a que já tinha sido apresentada anteriormente no que concerne às maneiras como começamos e progredimos. Quando vi o Eduardo Rolim, do Proifes, dando entrevista na TV, dizendo que os 15 pontos apresentados tinham sido atendidos, não pude deixar de me indignar. Primeiro, porque já tinha lido a proposta quando vi a entrevista e claramente ela não contempla os 15 itens. Segundo, porque os 15 itens apresentados pelo Proifes não foram discutidos em universidade nenhuma, logo como podem ter sido apresentados em nosso nome (nosso das 'bases' do Proifes) se não os aprovamos. Terceiro, essa postura da entidade me colocou a seguinte pulga enorme atrás da orelha: o Proifes tira 15 itens da cartola e entrega para o Governo, no dia seguinte faz uma reunião com o governo (sem o Andes e o Sinasefe) e relata que o governo recebeu positivamente a proposta, por fim sai alegando que o governo atendeu os 15 itens. Ou eu estou com mania de perseguição ou tem alguma armação nessa história. É no mínimo ingênuo da parte do Proifes acreditar que vamos cair nessa história da carochinha. Para mim, trata-se apenas de uma encenação organizada entre governo e Proifes, que envolve manipulação das informações pela mídia. Por fim, de volta essa coisa dos grupos de trabalho (GTs) com membros da ANDIFES e do MEC para discutir questões complexas (como inclusão de aposentados, revisão do REUNI, normas para progressão na carreira etc.). Está mais do que claro o papel que a ANDIFES vem desempenhando nesta greve. Em várias universidades (a nossa inclusa), a postura é de ignorar a greve até onde der ou então fazer represálias. Aqui a PREG suspendeu datas ao invés de suspender o calendário acadêmico inteiro deste e do próximo semestre. Nós achamos um absurdo a circular 6/2012 da COAC/CPAN nos mandando liberar notas no SISCAD, na UFF isso saiu da PROGRAD (!). Estamos em greve porque nunca obtivemos resultado algum dos GTs que foram criados e agora o Proifes acena que os GTs são a solução. O ANDES protocolou a proposta de carreira amplamente debatida nas universidades que são suas bases, mas o governo ignorou e insistiu em pedir à ANDIFES que elaborasse uma proposta. Onde está mesmo? Para não deixar de falar do governo. A Dilma embarcou para Londres para a abertura dos Jogos Olímpicos e mandou os ministros resolverem isso para evitar desgaste de sua imagem, principalmente porque nossa greve neste momento gera os desconfortos mais sérios, além de rebocar outros segmentos do funcionalismo. Se, por um lado, os professores universitários em greve dão menos visibilidade que os metroviários, policiais ou médicos, por outro lado, estamos entre as categorias do serviço público que mais impacto causam. Assim, precisamos saber usar nossa força, agora que ela se coloca de modo mais evidente. Os estudantes e os técnicos em greve têm suas respectivas pautas e estas estão sendo ignoradas pelo governo. E aqui também aparece o egoísmo severo do Proifes. O Sinasefe já admitiu que nenhum dos seus professores sairá da greve se os técnicos também não forem atendidos e, na contramão, aparece o Proifes dizendo que a proposta do governo é maravilhosa porque atendeu 15 itens (que não foram, como já disse, integralmente atendidos e que não contemplam pautas de estudantes e técnicos). Neste momento da greve em que estamos todos cansados (eu particularmente estou bastante), ainda é preciso fôlego para encontrar e combater os Cavalos de Troia que aparecem para resolver nossos problemas. A greve é forte (sim!), a luta é agora (sim!)!!!! Igor Catalão UFMS/Câmpus do Pantanal

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