quinta-feira, 19 de julho de 2012

Deu no UOL: Em 2015, professor doutor em início de carreira ganhará apenas 0,85% mais do que hoje

Até mesmo a imprensa burguesa reconhece que a proposta do governo é uma vergonha. Vejam a matéria do UOL sobre os "ganhos" alardeados pelo governo. Notem que a matéria não registrou que os professores estão sem reajuste a dois anos. Deve-se portanto, subtrair cerca de 10% de inflação média acumulados desde o período na tabela apresentado abaixo. Feita as contas, o professor doutor em início de carreira ganhará menos 8% do que ganha hoje e apenas três anos depois de seu estágio probatório! A proposta apresentada pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Ministério do Planejamento aos docentes federais em greve representará, descontada a inflação dos três anos, aumento de apenas 0,85% para o professor com doutorado em início de carreira em 2015. Segundo a proposta do governo, em 2015 um professor com doutorado que começar a dar aulas em uma universidade ganhará R$ 8.439,77. Sem a proposta e computando o reajuste pela inflação de 4,5% ao ano, um docente iniciante ganharia R$ 8.368,94 em 2015. Os cálculos, feitos pela economista Fabiana de Felício a pedido do UOL Educação, mostram que o reajuste proposto pelo governo quase não afeta a remuneração do doutor com dedicação exclusiva em início de carreira. No caso de professores que já estão na carreira, há reajustes reais que, no caso de professores titulares - topo de carreira - podem chegar a 27%. EXPLICANDO A PROPOSTA Salário em fevereiro/2012 Salário corrigido pela inflação em 2015 Proposta do governo para 2015 Diferença entre valores Iniciante com doutorado 7.333,67 8.368,94 8.439,77 + 0,85% Assistente mestre 2 4.759,71 5.431,62 6.171,22 + 13,62% Assistente mestre 1 4.651,59 5.308,24 6.171,22 + 16,26% Adjunto doutor 4 7.913,30 9.030,39 10.952,19 + 21,28% Titular doutor 11.755,05 13.414,46 17.057,74 + 27,16% 1. Os cálculos consideram inflação de 4,5% por ano no período 2. Para efeito de cálculo, foram considerados só professores em dedicação exclusiva Fonte: Fabiana de Felício, Ministério do Planejamento e Ministério da Educação O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) critica a proposta do governo e divulgou, na última segunda-feira (16) nota afirmando que o governo faz “um jogo de números maquiados” e que a proposta de reajuste só apresenta ganho real, acima da inflação, para uma classe de professor que representa menos de 10% de toda a categoria. Para o secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Lins, é preciso olhar para a carreira como um todo –na expectativa salarial do professor ao longo da carreira. “O que nós queremos é tornar a carreira atraente para os novos professores, e principalmente que eles percebam que têm espaço de desenvolvimento da carreira na universidade”, disse. Já a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento disse que o ingresso na carreira docente é “opcional” e que um salário de um professor iniciante é atrativo principalmente no interior do país. Plano de carreira Essa diferença vem acompanhada de uma mudança proposta no plano de carreira dos docentes. Atualmente, existem 17 níveis, contando com o de titular. Um doutor só pode entrar hoje como adjunto 1. A proposta do governo atende em parte a uma reivindicação do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que pedia a reestruturação da carreira. Pelo texto apresentado, o número de “níveis” cai para 13, incluindo o de titular. No entanto, o professor doutor entra na universidade em uma categoria mais baixa, a de auxiliar 1. “Como doutor, você já começava como adjunto 1. Agora, vai entrar como auxiliar 1 e terá mais passos, são 13 passos”, disse o professor Ricardo Summa, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/07/19/com-proposta-do-governo-professor-doutor-iniciante-ainda-ganhara-menos-que-agente-da-pf.htm

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