Antonio Rodrigues Belon[1]
PROIFES –
Federação de Sindicatos de Professores de instituições Federais de Ensino
Superior, ou PROIFES-Federação, é o nome de uma entidade originária de iniciativas de dentro do Gabinete do
Ministro Tarso Genro instrumentalizando um grupo dissidente do ANDES-SN
perdedor de eleições e de debates. Quando o governo se reúne com o Proifes ele
se reúne consigo mesmo. Isto é uma redundância.
As suas finalidades, disfarçadamente, por defeito de origem, se
resumem em conter as lutas da categoria dos docentes do ensino superior. Adota
a ideologia do tratamento de bastidores para as questões da categoria
pretensamente representada por ela. O clientelismo é sua marca. A protelação
para entrar na greve uma prática recorrente em todas as movimentações
reivindicatórias. Do Proifes espera-se,
necessariamente, de sua natureza, concessões e rebaixamentos de reivindicações
para induzir a saída da greve e de outras lutas, sempre.
Vivem da prática de falsificações: assumem os louros de
mobilizações, greves ou não, que tentam impedir por todos os meios, por
exemplo, os tais plebiscitos.
A expressão local do Proifes é hoje denominada
ADUFMS-SINDICAL.
Caracteriza-se por um histórico de simbiose com os ocupantes
sucessivos da Reitoria. No plano de seus dirigentes praticam um rodízio cargos
diretivos na UFMS e na sua entidade. Quando não praticaram a duplicidade: um
dirigente simultaneamente integrando os altos postos na hierarquia
administrativa e na direção dita sindical. A confusão entre as instâncias
institucionais da universidade e as instâncias sindicais, deliberadamente, ou
não, é coisa espúria, do ponto de vista da representação dos docentes. Nos seus
objetivos, concepções e práticas, a ADUFMS-SINDICAL acrescenta ao caráter chapa
branca do Proifes nas suas relações com o governo a réplica desta
caracterização nas suas relações com a Reitoria da universidade.
A ADLESTE – seção sindical do ANDES-SN se opõe, desde a sua
origem em 2007, à ADUFMS – SINDICAL. Na conjuntura das lutas atuais associados
e representantes desta última falam em generosidade e abandono de coisinhas
separadoras.
Aproximação ou aprofundamento de rupturas? Esta é questão.
Uma questão de identidades: combatividade e o seu contrário ─
peleguismo, adesismo a governos e reitorias (patrões), clientelismo,
prevalência dos bastidores, de relações individualizadas na base de favores,
predominância de resultados imediatos e das práticas recreativas ─ em prejuízo da
autonomia e da independência, das perspectivas de debates e ações públicas de
alcance social para além da das reivindicações dos professores.
Romper é preciso. No plano dos
princípios a conciliação é impossível.
Romper é ficar com perspectiva dos
professores ou conciliar e ficar com peleguismo, patronal em última instância:
eis o dilema; eis os movimentos da realidade para os docentes da UFMS.
[1] Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Letras, do campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Professor pesquisador colaborador sênior e pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Literatura, do Instituto de Letras, da Universidade de Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário