quarta-feira, 13 de junho de 2012

ROMPER É PRECISO


Antonio Rodrigues Belon[1]



PROIFES – Federação de Sindicatos de Professores de instituições Federais de Ensino Superior, ou PROIFES-Federação, é o nome de uma entidade originária  de iniciativas de dentro do Gabinete do Ministro Tarso Genro instrumentalizando um grupo dissidente do ANDES-SN perdedor de eleições e de debates. Quando o governo se reúne com o Proifes ele se reúne consigo mesmo. Isto é uma redundância.
As suas finalidades, disfarçadamente, por defeito de origem, se resumem em conter as lutas da categoria dos docentes do ensino superior. Adota a ideologia do tratamento de bastidores para as questões da categoria pretensamente representada por ela. O clientelismo é sua marca. A protelação para entrar na greve uma prática recorrente em todas as movimentações reivindicatórias. Do Proifes  espera-se, necessariamente, de sua natureza, concessões e rebaixamentos de reivindicações para induzir a saída da greve e de outras lutas, sempre.
Vivem da prática de falsificações: assumem os louros de mobilizações, greves ou não, que tentam impedir por todos os meios, por exemplo, os tais plebiscitos.   
A expressão local do Proifes é hoje denominada ADUFMS-SINDICAL.
Caracteriza-se por um histórico de simbiose com os ocupantes sucessivos da Reitoria. No plano de seus dirigentes praticam um rodízio cargos diretivos na UFMS e na sua entidade. Quando não praticaram a duplicidade: um dirigente simultaneamente integrando os altos postos na hierarquia administrativa e na direção dita sindical. A confusão entre as instâncias institucionais da universidade e as instâncias sindicais, deliberadamente, ou não, é coisa espúria, do ponto de vista da representação dos docentes. Nos seus objetivos, concepções e práticas, a ADUFMS-SINDICAL acrescenta ao caráter chapa branca do Proifes nas suas relações com o governo a réplica desta caracterização nas suas relações com a Reitoria da universidade.
A ADLESTE – seção sindical do ANDES-SN se opõe, desde a sua origem em 2007, à ADUFMS – SINDICAL. Na conjuntura das lutas atuais associados e representantes desta última falam em generosidade e abandono de coisinhas separadoras.
Aproximação ou aprofundamento de rupturas? Esta é questão.
Uma questão de identidades: combatividade e o seu contrário ─ peleguismo, adesismo a governos e reitorias (patrões), clientelismo, prevalência dos bastidores, de relações individualizadas na base de favores, predominância de resultados imediatos e das práticas recreativas ─ em prejuízo da autonomia e da independência, das perspectivas de debates e ações públicas de alcance social para além da das reivindicações dos professores.
            Romper é preciso. No plano dos princípios a conciliação é impossível.
            Romper é ficar com perspectiva dos professores ou conciliar e ficar com peleguismo, patronal em última instância: eis o dilema; eis os movimentos da realidade para os docentes da UFMS.


[1] Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Letras, do campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Professor pesquisador colaborador sênior e pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Literatura, do Instituto de Letras, da Universidade de Brasília.

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